Querido pai Natal, há já muito anos que não te escrevia. Não por esquecimento, até porque a tua presença todos os anos se faz notar em cada esquina, durante a época natalícia. Não sei como consegues estar em todo o lado, ao mesmo tempo. Mas sim porque, primeiro descobri que não és de verdade, depois porque a magia do Natal foi esmorecendo e por fim, porque cresci. Pois é, tornei-me adulta, e sabes nós adultos temos coisas muito importantes para fazer e não podemos andar aqui a brincar ao faz de conta.
Mas hoje estou aqui para resgatar aquela criança de olhinhos a brilhar quando chegava a hora de abrir o presente de Natal, e tão bem me lembro de receber este globo, que também era candeeiro! Quero resgatar esse olhar e poder passá-lo à minha filha, ter a capacidade de sonhar e ter esperança e fé como quando criança.
Nesta carta que te escrevo quero agradecer teres atendido a todos os meus pedidos, ou quase todos, mas também acho que sempre mereci essa tua atenção. Mas deves querer saber os meus pedidos para este Natal, certo? Pois claro, é para isso que serve a carta ao pai Natal!
Queria somente que levasses paz e harmonia aos que me são mais próximos, que despertasses recordações felizes de infância nos seus corações adultos. E se possível muita saúde, que isso sim é o mais importante. Sei que são pedidos enormes e talvez complicados, e que não dependem só da tua boa vontade, mas confio em ti.
Este é o segundo Natal da Maria Clara, ela já sabe quem tu és, mas ainda não percebeu bem qual a tua missão. Para o ano talvez já comece a entender.
Obrigada pai Natal e bom trabalho!