Mas não é! Vivemos a nossa infância sem grande sentido de responsabilidade. Passamos pela pre-adolescência rezando para que não existisse... e sentimos a adolescência como se o mundo fosse acabar, ansiando ter 18 anos o mais rápido possível! Quando finalmente fazemos 18 e já podemos tirar a carta, votar (e todas aquelas coisas “engraçadas” que nos dizem) o tempo parece não parar mais!
E não pára mesmo, o tempo não pára... e quando temos filhos vemos isso, percebemos isso perfeitamente. Porque o tempo não pára e eles não param de crescer.
Desde que a Maria Clara nasceu tenho lidado com essa nova aprendizagem, aceitar que o tempo não pára. Por isso, cada vez mais tento dar valor ao tempo, sem perder tempo! Sem perder tempo com mágoas ou com pessoas que não acrescentam tempo à nossa vida.
Há uma altura em que tudo o que foge do nosso alcance nos assusta... mas já é difícil controlar o que está ao nosso alcance, para quê perder tempo a tentar controlar o que não está, ou quem não está. Deixar acontecer é tão bom e partilhar isso com quem verdadeiramente nos pertence de alma e coração...
Aqui em casa vivemos tão intensamente todas as conquistas da Maria Clara ansiando sempre pela proxima que de repente, ela já tem 14 meses... 1 ano e 2 meses... mas ainda não diz mamã nem papá! Lembro tão bem de há uns meses atrás insistir todos os dias para ela bater palminhas e de repente um dia, do nada, fê-lo... confesso que vieram-me as lágrimas aos olhos.
Não vale a pena ansiar pelo que vem a seguir, vale sim muito a pena saborear o presente.
Fotografia de Filipa Manies para a nova coleção da marca Mademoisellesbow.