Visitar a cidade "que nunca dorme" sempre foi um dos meus sonhos e este final de Verão concretizou-se.
Começou por ser uma viagem de família, os tios do Marco, o meu namorado, vivem lá há quase catorze anos e já há algum tempo planeávamos visitá-los. E acabou por ser, também, uma viagem de trabalho, promoção e estudo!
Em Fevereiro decidimos comprar os bilhetes e começámos a organizar a viagem para finais de Setembro, ainda longe de pensar que estaria grávida. Felizmente calhou bem, estava de 20 semanas quando viajámos, mas falei com o meu médico que apenas me aconselhou a ter os cuidados normais, manter-me sempre hidratada, comer de duas em duas horas, usar umas meias próprias durante a viagem de avião e andar com regularidade.
Ouvi vários comentários e conselhos de pessoas que já visitaram, bons e maus, mas claro, mantive a minha expectativa. E digo-vos, é tudo como eu imaginava, ou via nos filmes!
Desde as ruas sempre cheias e movimentadas com todo o tipo de gente, excêntricas, mais recatadas, homens e mulher de negócios, várias raças, vários idiomas; táxis e mais táxis amarelos, ambulâncias, polícias sinaleiros em quase todos os cruzamentos, prédios altos e ainda mais altos, publicidade que literalmente nos entra pelos olhos, carrinhos de "junk food", bandeiras americanas por todo o lado, trânsito, contrastando com um parque gigante cheio de bicicletas, esquilos e pessoas a treinar ou a passear; teatro e musicais para todos os gostos... enfim... um mundo encantador e assustador ao mesmo tempo.
Há sempre portugueses em todo o lado! E claro, em Nova Iorque há várias comunidades portuguesas. Nós ficámos em Mineola, a 25 minutos de comboio de Madison Square Garden, uma localidade muito simpática, organizada por quarteirões com casas térreas com jardins.
Nós portugueses somos muito saudosistas e quando estamos longe do nosso país, como é o caso destes emigrantes, damos mais valor às tradições, à cultura portuguesa... E de facto, foi isso que senti, enquanto artista. Surgiu um convite para cantar num espaço, onde habitualmente se juntam muitos portugueses à sexta-feira à noite, que prontamente aceitei. O jornal Luso-Americano quis fazer uma entrevista comigo, onde aproveitei para dar a conhecer melhor o meu trabalho, principalmente em teatro. E ainda consegui entrar no "Open Day" de uma das melhores escolas de cinema e interpretação do mundo, New York Film Academy. Mas houve muito tempo para passear e visitar, afinal foram duas semanas!